25 de maio de 2010

minhas lágrimas

Ontem cheguei em casa tão exaurida.. que até a fome me fugiu, logo ela que me ama tanto. Eu estava tão absorta em pensamentos que mal falei com minha familia ao entrar em casa, fui direto para o banheiro. lá é meu refugio, ou melhor .. na maioria das vezes, é o meu quarto. mais como ele estava ocupado nesse momento, me dirigi ao banheiro mesmo. entrei, tranquei a porta. lá estava eu, sozinha.. tomada por sentimentos, pensamentos e lembranças. que por apenas uma palavra, eles vieram a tona. ha, essas lembranças.. que eu lutava tanto para guarda-las em um lugar seguro e bem trancado, para que em momento algum elas tivessem a possibilidade de fugir. mais lá estavam elas saindo, me senti tão vulnerável que me deixei levar pelo peso que havia em mim. quando me vi, deparada sentada no chão daquele banheiro limpinho e cheiroso. começaram a descer, as águas que eu mais lutava para guardar, em prender. naquele momento eu me permiti a chorar, primeiro veio águas de confusão, por eu estar sentada ali naquele lugar chorando sem nenhum motivo à vista. depois veio as águas de sofrimento, elas sim eu estava evitando de solta-las. mais ontem.. não consegui mais me segurar, estava a ponto de explodir. e logo em seguida, eu sabia que elas viriam mais evitei de pensar até que vieram.. as águas de ódio, ódio por estar me permitindo a chorar naquele momento, ódio por estar sofrendo por algo que não pode ser mudado, ódio por mesmo sabendo de tudo, me recusava a enxergar. e chorei, chorei, chorei. chorei de soluçar, de perder o fôlego, chorei até sentir dor de verdade, até meus pulmões arderem sem ar, meus olhos estavam queimando de tantos serem enxugados. mais nem assim, eu parava de chorar. me sentia fraca, dolorida, com raiva.. muita raiva. logo depois me pus de pé. olhei ao meu redor, com os olhos ainda molhados. tinha uma energia pesada, feia. lavei o rosto, para que não percebessem que eu estava em prantos. e saí, fui direto para o meu quarto onde meu irmão dormia e a luz estava apagada. entrei de vagar, sem muitos barulhos. me deitei e no mesmo instante vieram mais lágrimas. usei todas as forças que ainda me restavam para reprimi-las e faze-las voltarem para o seu devido lugar. virei para o lado da parede, fechei os olhos com forças até sentir que iam saltar de dor. e me permiti a uma unica fungada, respirei fundo e dormi. mal sabia eu, que o dia seguinte seria pior. e talvez, choraria de novo. sem querer, sem hesitar.

15 de maio de 2010

Bruscas mudanças

como é ruim está ao lado de uma pessoa todos os dias, e por uma volta no destino isso mudar do nada. é difícil de se acostumar, mais um dia a gente consegue.. ou não, e esse dia pelo menos pra mim ainda não chegou. tantas vezes eu estou sentada naquela cadeira e o relógio marca 16 horas, e eu me vejo indo em direção a sua casa para irmos juntos a academia. . e depois fazer alguma coisa idiota na sua casa como sempre fazíamos. é, mais logo vejo que isso não está e nem vai se repetir mais. ao mesmo tempo que estamos juntos em pensamentos, estamos sendo separados. cada um seguindo seu destino, cada um correndo atrás da sua felicidade. mais sem esquecer, que temos um ao outro sempre. mesmo assim é ruim.. e muito difícil me conformar que só te verei aos domingos. que raio de amizade é essa que só se vem aos domingos. isso não é justo, nem um pouco. sua imagem fica na minha mente todos os dias, como se eu tivesse com você. eu fico imaginando o que você está fazendo, com quem está fazendo, e aonde está fazendo.. isso é triste.

4 de maio de 2010

O filme do final de semana.

Seus dedos do pé estavam devidamente encolhidos e guardados, não estava tão frio assim, mas em noites de solidão o edredom costumava a ser sua única companhia protetora. Em meio a tanta bagunça, ela precisava ver algo que fizesse algum sentido. Não que isso fosse necessariamente possível em um filme, mas essa foi a solução mais simples e rápida que encontrou. Sua especialidade é provocar problemas e não resolve-los.
O trailer demorou o suficiente, para que desse vontade de ir a cozinha procurar alguma coisa que ela certamente sabia que não tinha. Não foi, desde pequena tem medo de enfrentar a escuridão que existe entre o seu quarto e a cozinha. Eram apenas alguns degraus abaixo, mas sua imaginação sempre foi fértil o suficiente para que a pequena reta se transoforma-se em um imenso labirinto. Que seja, isso não importa mais, agora a vontade já passou e o filme começou. A atriz principal era bonita, dava até inveja. O mocinho tão apaixonante, que mesmo de longe se apaixonou. Ele era bobo, mas sabia perfeitamente o que queria. O oposto de alguém que ela conhecia, de alguém que comparava a todo momento e que não conseguia esquecer. Entre tramas de vilões e quase beijos de mocinhos, ela mergulhou. Sua vida desinteressante, tinha se transformado em pixels de uma televisão cheia de adesivos. E por mais que ela não quisesse acreditar, aquela sensação de felicidade só duraria por mais alguns minutos. O mocinho beijou a noiva, e deixou a nossa pequena sozinha na cama. Mergulhada no vazio, olhando para letras que são impossíveis de acompanhar.
O problema é que filmes com histórias perfeitas sempre acabam mais rápido. E os atores sempre mudam de personagem. Por mais que isso pareça injusto, o final é necessário. Ela queria continuar alí, vivendo um momento de felicidade .. Perfeição tem tempo certo para durar, para sempre mesmo que não pareça .. enjoa.

meu mundo,

depois de ver como as coisas funcionam, criei o meu próprio mundo.
Não, não estou falando de egoísmo ou de egocentrismo, até porque meu ego nunca foi tão forte assim. De alguma maneira as coisas não conseguem me atingir como antes.
é, sinto... mas por fora de maneira superficial, por dentro as coisas ainda permanecem intocadas. Meus pensamentos correm livre pela minha mente, mas não saiem pela minha boca. é uma espécie de limitação, que coloquei em mim mesma. talvez assim, eu consiga ser menos sensível, menos Ingênua e não parecer tão inocente. No meu mundo, posso ter o que quiser. não tenho hora de dormir, nem hora de voltar. não preciso avisar nem me preocupar, meus desejos são realidades, e meus sonhos só existem na hora de dormir.
é um outro mundo, um mundo paralelo que existe dentro de mim.

1 de maio de 2010

Esquecer e perdoar.

É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático. Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta. Quando alguém erra conosco, queremos estar certos. Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham. E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer.

Existem duas pessoas em mim,

O que eu faço e o que eu sou. São pessoas diferentes que, aos olhos de muitos, são absolutamente iguais. No entanto, tamanha semelhança não justifica tanta confusão. Caixas cheias, contendo toneladas de decepções são empilhadas a cada vez que o que eu faço entra em conflito com o que eu sou. E não há como juntar as pessoas em uma. São almas feitas para serem somadas, não subtraídas. Se houvesse algum jeito de fazê-lo, os verbos ser e fazer seriam um só, com o mesmo significado. Portanto, não confunda.

A dor.

Você só tem que sobreviver a ela, esperar que ela vá embora sozinha, esperar que a ferida que a causou, sare. Não há soluções, respostas fáceis. Você só respira fundo e espera que ela vá diminuindo. Na maior parte do tempo, a dor pode ser administrada, mas às vezes ela te pega quando você menos espera, te acerta abaixo da cintura e não te deixa levantar. Você tem que lutar através da dor, porque a verdade é que você não consegue escapar dela e a vida sempre te causa mais.

Ah, meus desejos ..

Desejaria mil vezes que sua mãe tivesse tido dor de cabeça naquele dia. Ela não teve, você nasceu. E o pior, me conheceu. Esbarrou em mim e derrubou todos os meus livros, bagunçando todas minhas folhas e depois, toda minha mente. Desculpe a rima, mas não consigo evitar, tudo que eu escrevo sobre você acaba virando poesia. E você não merece ser na minha vida, nem aquela frase que digo toda vez que chuto o dedinho na quina da cama. Você é um idiota, que não tem nada na cabeça e no coração. E o problema é justamente esse, eu sempre achei que poderia completar esse vazio. Eu não sou o suficiente, sou mais que isso. Eu sobro. E essa parte que sobra dói toda vez que você diz que não tem certeza. Decorei suas palavras, mas nunca as entendi.

Desisto de te deixar explicar, sua vez acabou.