27 de fevereiro de 2011

Quando o tédio te domina, os pensamentos que você não queria ter tomam conta de ti.

Essa é a historia de Jouliet.
Mas pode não ser de Jouliet.

Ela andava vivente, em passos e saltos. Chegava em casa antes das 15:00 horas, se amortecia, pois sabia o que viria. Fazia uma oração antes de abrir a porta. Olhos atentos, esbugalhados, sedentos… Boca seca, engole espinhos, corpo gelado, mãos tensas. O barulho do vídeo game anunciava alguém em casa. Tirou as sapatilhas para não ser ouvida; suada, frigida, arregaçando as mangas. Em passinhos silenciosos, foi até a cozinha, primeiro os copos como de costume, ela iria lavar a louça. Tudo muito sujo tinha-se uma visão amarelada do espaço, olhando de rabo de olho para todos os lados. E por trás uma mão alisava sua barriga. Então vinha lhe o enjôo, com apenas 12 anos, subia o sangue até os olhos. As lágrimas estavam presas em suas pálpebras, congeladas em teus olhos, e as mãos suadas desciam e alisavam tuas pernas, ela se paralisou as mãos iam e vinham lentamente, feito lâminas cortando sua integridade e sangrando sua honra. Era horrível, era tenebroso, parecia um porco enorme, desgraçado! Desgraçado! Tão ingênua, realmente acreditava que o tal melhor amigo, 5 anos mais velho que ela, queria apenas uma amizade tranquila e duradoura. Estava enganada, totalmente. Ela se manteve paralisada, então ele a levantou, subiu sua saia de colegial, e enfiou seu genital dentro dela. Era tão dolorido, tão vergonhoso, tão nojento, completamente doentio! E não se podia gritar, o grito estava agarrado em suas amígdalas, as lágrimas se prenderam de orgulho e dor. Era apenas uma criança, com medo de certas ameaças. Não contara as vezes em que a mandou ajoelhar-se. Ia ao inferno todos os dias após as 15:00. Ele voltou ao jogo, como se nada tivesse acontecido. Era energúmeno, sujo, desgraçado. Ela ? um anjo, Pandora.

24 de fevereiro de 2011

Incrível como as palavras nem sempre dizem tudo que a gente quer. Tem coisas que só o olhar entrega, o tom de voz, os gestos. Pra te falar a verdade, bem que eu queria entregar tudo isso com gestos e com olhares, mas existe esse limite. Se faria novamente ? Quantas vezes fosse necessário. Se eu iria te buscar lá no fundo do poço, bem lá no fundo ? Sim, sem pensar duas vezes. Procuraria uma corda, uma escada, e se não achasse eu pularia, não me importaria em não ter como voltar, ficaria lá com você. Se essa é a única saída, cordas e escadas que fiquem escondidos onde estiverem.
Quando a felicidade bater na sua porta, pergunte antes quem é, e quanto tempo pretende ficar. Essa de felicidade instantânea já passou da validade, traz efeitos colaterais, não serve mais.

20 de fevereiro de 2011

Raiva, ela domina meu corpo algumas vezes, tenho vontade de pegar pratos e copos e atacar na parede, mandar todo mundo ir pro inferno, tenho que ouvir músicas altas, pensar em coisas boas e ficar calma. E se isso não funcionar, alguém estará 'morto' em alguns minutos.
Talvez eu não seja essa máscara toda de ruindade e grosseria que eu mostro ser, talvez eu seja aquela menininha precisando um pouco mais de carinho, de ouvir palavras bonitas ao pé do ouvido, precisando que olhe nos meus olhos e deixe que eu desvie o olhar. Nem tudo é o que parece ser, talvez eu esteja apenas enganando todos vocês. Talvez.

11 de fevereiro de 2011

Fingir. Não tem outra coisa que eu saiba fazer agora. Fingir que não me importo, que não ligo, que não mexe tanto assim comigo, que isso não está acontecendo. Mas invento tudo isso, não pra convencer ninguém, mas pra me convencer, eu preciso. Preciso me reanimar de alguma forma, e mentir pra mim mesma. Foi a saída mais fácil que encontrei.
Virou um vício. bom, ruim.. não sei. as vezes acredito que dependo dele, as vezes não. penso em como seria se não o tivesse, e chego à conclusão de que talvez seria melhor, mais feliz. mas aí a indecisão bate à porta, acena e senta, na sala de estar, me olhando nos olhos, dizendo que me faz bem sim. tento expulsá-la, mas ela não sai, já virou meu sobrenome: indecisão. Eu queria controlar, tomar as rédeas, mas ela simplesmente me usa, me abusa e se apossa de mim.

4 de fevereiro de 2011

Ela disse a ele logo ao entrar, despindo os ombros, e acendendo um free, que ser livre era uma opção favorável, quando se era 'interna'... Entendido ou não, ele a abraçou, a pegando de costas e mordendo sua nuca, e disse que ser amigo era uma opção livre, e que havia opinado por se apaixonar. Ela então o disse, que era tão livre que mesmo quando se apaixonava encontrava uma saída… mesmo sem tentar sugava, exatamente 'sugar', todo o conhecimento, e divertimento que se era possível, que fosse através do toque, da língua, do paladar, ou de conhecer outras pessoas, depois ela descartava o homem, e alimentava-se das novas memórias que adquiria. Ele feito homem, não entendeu exatamente o que ela queria dizer, mesmo assim sorriu, e a pegou pelos cabelos, ele sabia que ela gostava, afinal 2 anos de amizade dá pra conhecer pontos fracos de uma 'prostituta interna' que havia dentro dela, somente do desejo. Aquela noite se abriu, fora os gemidos, fora o álcool, havia também imaginação... a flor da pele literalmente, e o carinho, que era usado em finais de semana casuais… Complexo demais, para ser compreendido, e febril demais para ser lido ou até mesmo escrito por virgens, ou pessoas vergonhosas eu sei! Mas, é a realidade escrita em forma de conto… criado ou real, ninguém nunca vai saber. Só ela, ele, e o dono da 'suite 1113'. O que importa é realmente compreender o que aconteceu lá de fato… era sexo, era dor, era desgraça, era fantasia, era amor, e principalmente amizade.